terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A CASA DE PEDRO E GERCINA PEDE SOCORRO AO GOVERNADOR


Por conhecer a sua preocupação com tudo o que está ligado ao seu Governo achamos por bem levar ao  conhecimento do Governador Marconi Perillo, acreditando que ele desconheça o assunto, o estado de abandono que se encontra o Museu Pedro Ludovico, constatado após uma visita ao Museu, no último sábado, dia 15 de dezembro passado, depois da cerimônia de lançamento do selo comemorativo dos 120 anos de Pedro Ludovico.
Toda a casa precisa de manutenção, vários cômodos estão com os tetos danificados por infiltrações, o telhado está vazando água da chuva e quando chove em alguns cômodos a água cai como bica, deixando o Museu sem a mínima condição de receber os visitantes.
Pouco se vê da antiga casa de Pedro e Gercina.  Os cômodos/salas estão sem os móveis e os arquivos pertencentes ao Museu estão dentro de algumas pastas colocados no chão. Vendo tudo isso, é preciso perguntar: até que ponto o desinteresse pelo patrimônio histórico chega?
A resposta está no que se vê por toda a casa. Toda casa precisa de cuidados. Os móveis (acervo) estão danificados e amontoados em um depósito nos fundos da casa. O jardim e o quintal não tem nenhum tipo de manutenção, estão abandonados. Pelo que se pode notar o que tem mantido a salvo os pertences e o Museu é a dedicação dos pouquíssimos funcionários que lá estão, porém, isso não é o suficiente para evitar que a degradação aconteça. A “razão”, explicam, é porque não existem verbas para atender às necessidades do Museu. Ora, como pode não existir verbas para atender às mínimas necessidades dessa casa que foi o embrião da Agência Pedro Ludovico?
Pedro Ludovico Teixeira deixou para seus filhos uma fazenda, que foi herdada por sua esposa, Gercina, de seu pai que era fazendeiro em Rio Verde e a casa, onde hoje está o Museu. Esse foi o patrimônio deixado por Pedro e Gercina. Essa era a casa simples do fundador de Goiânia, simples, porém digna e valorosa pelo que se viveu ali, ela foi repassada para o Estado para que zelassem por seus bens e para que preservassem a sua história.
Uma Casa/Museu deve permanecer com o seu mobiliário em seus respectivos lugares, retratando ao máximo a vida de quem ali viveu. A casa de Pedro e Gercina possuía poucos móveis, móveis simples e exatamente o suficiente par mobiliar a casa que viviam. Não se sabe por que, hoje, parte desses móveis estão estragados e amontoados em um depósito, inadequadamente criado, na gestão anterior, demolindo a parede que separava o quarto do motorista do quarto da empregada, sem que ninguém se importasse com essa intervenção. Deixando como está, fica faltando móveis dentro da casa, a casa está vazia e descaracterizada, falta identificação com o que ali existia. Um Museu de um personagem tem por característica mostrar ao público como ele vivia, exatamente, retratando a sua vida, essa é a função dessa Casa/Museu Pedro Ludovico Teixeira. A casa pede socorro e a história também.

PEDRO E A PRAÇA CÍVICA


Minha mãe morou em Goiás até 1949, quando se casou com meu pai e, assim, passaram a morar em Goiânia, uma cidade pequena, com menos de cinquenta mil habitantes, por isso, aos 82 anos, ela vê Goiânia com outros olhos, como quem participou desse crescimento e com entusiasmo ela repete sempre: “Dr. Pedro foi mesmo um homem corajoso e sábio, como ele se sentiria orgulhoso em ver Goiânia assim.”
Embora, seja recente a história de Goiânia e o seu fundador Pedro Ludovico tenha falecido há apenas 33 anos não é justo afastá-lo de sua grande obra, nem deixar que façam pouco caso do que resta de autêntico da construção de Goiânia descuidando da sua história. Não se sabe por que a resistência de alguns em reconhecer seu mérito, não só seu, mas, também, daqueles corajosos companheiros que o apoiaram desde os primeiros momentos, quando ele decidiu pela mudança da Capital. Inacreditável é constatar que algumas pessoas que eram contra a mudança tiveram homenagens muito mais significativas do que as pessoas que realmente lutaram para edificar essa cidade. Hoje, Goiânia contradiz a todas as previsões negativas lançadas sobre ela. Muitos não enxergaram no destemor de Pedro Ludovico o seu desejo de romper as correntes que atavam Goiás ao atraso e lançar o Estado em uma fase progressista, dando um salto no ranque de desenvolvimento nacional. Goiânia é hoje uma das mais belas e boas cidades para se viver e investir do Brasil.
Dr. Pedro desde menino se preocupava com os problemas de sua terra natal, por isso, quando foi estudar Medicina no Rio de Janeiro, ele procurou conhecer e se informar do que havia de novo e assim enriquecer a sua formação.  Além de ser uma pessoa muito bem informada era um homem destemido, quando decidia por algo, dificilmente voltava atrás, porém, não era truculento nem se prevalecia de sua condição, era simples, educado, não se vangloriava de seus feitos, mas, era com orgulho que falava de “sua filha mais nova, Goiânia”. Ele cuidou de cada detalhe da sua construção e, mais tarde, mostrava grande preocupação quanto à preservação dos documentos referentes à transferência da Capital. Sabiamente ele colocou a Praça Cívica sob os cuidados do Governo do Estado, para que o governador cuidasse dela, parece que alguns descuidaram e a esqueceram, a Praça está destruída. Agora, graças à iniciativa do Governador Marconi Perillo a revitalização da Praça Pedro Ludovico Teixeira será realizada. O Governador Marconi tem procurado fazer o que permitem os órgãos que regulamentam esses tombamentos, porém, não se pode aceitar que uma ação equivocada prevaleça. Por que deve prevalecer o tombamento de um monumento que se assentou inadequadamente em lugar de honra na Praça. Afinal, onde está o bom senso? Esses tombamentos deveriam respeitar os projetos originais de Goiânia, uma cidade que teve um traçado simples com a mesma simplicidade do caráter do seu fundador que jamais revindicou qualquer homenagem, contudo, seria uma justa e respeitosa homenagem se voltassem a Praça Cívica ao seu traçado original colocando o obelisco central em seu lugar, revitalizando as fontes luminosas e colocando de volta os pequenos postes de iluminação. A permanência do monumento central, por causa de um tombamento equivocado, mácula o traçado da Praça e mostra que falta bom senso. Claro, é uma obra importante que merece destaque em outra praça, jamais deveriam ter permitido que ali se instalasse, não faz parte do conjunto histórico da Praça, não é harmoniosa com o restante das construções e se há algo a permanecer ali é o obelisco original, que jamais deveriam ter permitido ser retirado.
Nem Pedro, nem Três Raças no centro da Praça, mas sim o original obelisco.
E para não ficar destoando da revitalização que está em andamento pelo Governo do Estado, com o projeto do arquiteto Luiz Fernando Cruvinel Teixeira condecorado inúmeras vezes por seus trabalhos, portanto uma excelente escolha, a Prefeitura deveria se unir ao a essa realização e permitir a construção do Memorial dos Pioneiros, de forma harmoniosa com o que já existe. Seria oportuno e mais condizente com a personalidade de Pedro Ludovico se colocassem junto ao Memorial uma estátua retratando o momento histórico da assinatura do decreto de transferência da capital, como disseram, porém, está ponta a estátua equestre, foram mais de vinte anos para que fosse concluída, não por falha de Neusa Morais, a sua escultora, por falta de repeito à artista e negligência do órgão que a encomendou, por isso, não dá para correr o risco e esperar mais vinte anos por outra obra de arte para homenagear os pioneiros e o fundador de Goiânia.

domingo, 22 de julho de 2012

FOTOS DA PRAÇA QUANDO GOVERNADOR ERA PEDRO LUDOVICO

PRESERVAR, REVITALIZAR. ZELO PELO QUE É NOSSO


Copiar o que é bom
Uma das coisas que me encanta em São Paulo é a preservação da sua história que é, por sua antiguidade, a história dos brasileiros, também. Tem sido hábito em São Paulo revitalizar edifícios antigos, adaptando-os para abrigar centros de cultura excelentes. Visitar o Mercado que tem muito mais de 100 anos e foi preservado, a Estação Ferroviária, a Pinacoteca e tantos outros lugares mais que centenários e muito bem preservados faz com que se conclua que copiar quem faz certo é uma boa maneira de acertar, também.
Goiânia, apesar de ser uma Capital aonde a riqueza é visível pelo consumo de bens e serviços, lamentavelmente, os governantes não conseguem sensibilizar aos que são geradores dessa imensa riqueza para que invistam, como incentivo, na área cultural, na preservação de nossa história.
O que se vê é a seguida repetição de atos como foi a destruição do Mercado Central para ali edificar uma garagem, de vários andares, sem, que até hoje tenha alcançado algum objetivo, se é que tenha sido planejado.  A destruição da Santa Casa, marco da caridade e do início de Goiânia, para edificar um Centro de Convenções é uma das aberrações das administrações passadas, rapidamente se tornou um elefante branco pelo fato de ter sido extremamente inadequado o local escolhido, todos sabem que os centros de convenções são colocados estrategicamente em locais que permitem o acesso de um enorme público, com estacionamento gigantesco para receber um grande número de carros e ônibus, ali, na Rua 4, eles só podem parar ocupando as laterais das ruas em volta do Centro de Convenções na Rua 4, alguns têm placas de proibido parar, tudo isso causa transtorno para quem passa por ali e para os próprios motoristas desses veículos, total falta de planejamento ou fizeram assim  para justificar a injustificável destruição da Santa Casa?
A descaracterização da Praça Pedro Ludovico Teixeira, abandonada há décadas, mostra o descaso com o bem público. Deixaram construir ali um barracão para abrigar parte da Prefeitura e assim permanece até hoje, mas, felizmente, já está aprovada pelo Governador Marconi Perillo parte da restauração da praça. Essa praça era o encantamento dos goianienses antigos que faziam dali seu local de passeio com a família no final da tarde e nos fins de semana. Porém, hoje em dia, é usada para shows, exposições e celebrações requerendo que ali se monte enormes estruturas que danificam tudo que há em volta (se é que ainda tenha sobrado algo). Essa prática tem que ser eliminada. Nada existe ali que lembre o jardim do Palácio das Esmeraldas de antes, com suas fontes luminosas e seus arbustos podados e bem cuidados. Hoje é o jardim mais descuidado e abandonado de Goiânia, não salva nem o que está no pátio da frente do Palácio, parece até que não existem paisagistas em Goiânia capazes de fazer um jardim adequado à casa do Governador.
Visitar um centro de cultura como São Paulo no faz voltar para casa pensando quando será que deixarão de fazer obras faraônicas, deixando o que temos acabar, sem valorizar o pouco que restou. Revitalizar e restaurar o que já existe, preservando o que se dá o nome de patrimônio e a exemplo de São Paulo não destruir, mas adaptar o local para ser um novo espaço cultural, usando melhor os edifícios antigos como a Estação Ferroviária, o Grande Hotel e outros. Assim como, o Teatro Goiânia que já foi palco de tantos excelentes espetáculos. Porém, não se cuidou de seus bens, que fazem parte do patrimônio. Dizem que o piano de caldas que era do Teatro Goiânia caiu do palco e quebrou de tal maneira que não teve recuperação, depois desse "acidente" nunca mais se teve um piano com a qualidade desse.
É preciso, não só vontade para realizar tudo isso, mas é preciso entender que a nossa cultura, a preservação de nossos bens é mais importante que valorizar a cultura de fora, essa já é valorizada em seus Estados. Não tenho nada contra cinema, mas, não é o que Goiás produz, quantos filmes de sucesso saíram de Goiás nos últimos anos? No entanto se gasta uma fortuna para valorizar empreendimentos que não são nossos, no intuito de alcançar projeção nacional repetindo, importando hábitos de outros lugares, onde o evento é um grande sucesso devido ao tempo em que ali é realizado e se tornou uma realização tradicional dali. Importar eventos, manias, tradições de terceiros significa que não amamos o que temos.