quinta-feira, 25 de novembro de 2010

AINDA O CAVALO DE DR. PEDRO

Bariane Ortencio
Em qual esteio amarrar o cavalo do dr. Pedro Ludovico? Foi determinado na Serrinha, pois cavalo se amarra nos arredores e não no centro da cidade. Mas acontece que esse cavalo não é um cavalo comum, é uma enorme estátua perpetuando a glória do fundador de Goiânia e deveria ficar no Centro, à vista de goianos e quejandos.
Em 2008 publiquei uma crônica alegando que a longínqua região da Serrinha, na Macambira, é área de preservação ambiental, portanto, onde não se devem penetrar pessoas, a não serem pesquisadores e autoridades. Também, pela distância, somente haveria visitação frequente se a estátua passasse a fazer milagres. Aí, sim, viraria romaria.
Fora dos olhos da lei, a estátua, naquele local, seria poleiro para urubus e vândalos, como está sendo com os módulos formando o mapa do Brasil, em homenagem às raças indígenas, obra idealizada pelo renomado artista plástico Siron Franco, que foram danificados, e a área virou refúgio, latrina e "motel das estrelas". O busto de bronze do general Fleury Curado, bisavô do Bernardo Élis, no bosque do Lago das Rosas, virou poleiro de pássaros e não duvido que os judas da atualidade já o tenham trocado no ferro-velho por um punhado de moedas.
Na Praça do Trabalhador levaram-lhe a enxada, e do Violeiro, a viola. Também a colossal estátua não ficaria fora de cogitação o seu desmoronamento por dinamite, como os desocupados de tradicionais famílias fizeram com a Pedra Goiana da Serra Dourada. No Bosque dos Buritis, o Monumento à Paz, com porções de terras de 170 países, uma homenagem inspirada, também, por Siron Franco, está bastante danificado.
O relógio da Avenida Goiás, em art déco, foi vilipendiado por vadios e ficou sem funcionar por muitos anos. O já tradicional Monumento às Três Raças (Neusa Morais) continua conservado porque está bem em frente ao Palácio das Esmeraldas. Em Brasília, o monumento a Juscelino Kubitschek fica junto ao Memorial JK, no Eixo dos Três Poderes, completamente resguardado.
E na Praça Cívica, que tem o nome do homenageado, dr. Pedro Ludovico, já existem a obra da Neusa e a do Coreto. Na praça, que virou estacionamento e local de lavagem de carros, o Cavalo, se ali colocado, se tornaria varal de enxugamento de panos.
Se não fosse eu um "pobre Marquês" e tivesse voz de mando, colocaria o monumento em frente ao Centro Administrativo Dr. Pedro Ludovico Teixeira, onde ficaria em casa. Há uma área disponível e condizente, de 15 por 30 metros, para os 6 de comprimento, por 1,80 de largura e os 7 de altura, do monumental cavalo e seu mais ilustre cavaleiro. Também a escultora não desejaria que o seu grande sonho artístico em homenagear o fundador de Goiânia ficasse escondido entre os arvoredos retorcidos do Cerrado, mas à vista dos goianos e dos turistas, mantendo, assim, viva, a história de Goiânia.
Diz a sabedoria popular que quem não é visto não é lembrado, tanto é que os "monumentos" de boas-vindas do Lyons e do Rotary são instalados nas entradas das cidades.
Moral da história: Um ídolo não se esconde!
Macktub!

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