quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Será que agradaram?


“A campiníssima Linda Monteiro, presidente da Agepel, e Salma Saddi, do Iphan, agradando a gregos e goianos, acordaram que a questionável estátua do dr. Pedro Ludovico e seu cavalo, criação e realização da escultora Neusa Moraes, ficará no gramado da praça, ao lado do Centro Administrativo, em frente ao Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, com ampla visão, além da praça, das Ruas 82 e 85. O assentamento ficou a cargo do arquiteto Marcílio”. Escreveu Bariani
Será que agradaram? É preciso entender que a estátua de Dr. Pedro é da Praça Pedro Ludovico, assim como Caxias fica na Praça Duque de Caxias.
Não é questão de agradar a família de Pedro, ele é parte fundamental da historia de Goiânia, assim como este monumento tem um valor histórico único.
Explicar para as pessoas que acompanham essa homenagem tem sido difícil. É comovente ver tio Pedro Júnior, já c/ 88 anos querer saber o "porque" não na Praça.
É, porque não na Praça?
A praça é inquestionavelmente o lugar da homenagem a ele, Pedro. Retira-lo da praça é cassar a memória da pessoa que já deveria ter a sua estátua no Centro da Praça em homenagem justa e adequada.
Quem é mais importante para a historia Pedro Ludovico Teixeira ou as três raças? O valor histórico está sendo banalizado. Onde deveriam estar investindo na imagem de verdadeiro herói goiano, minimizam o seu valor. Sua maior homenagem e ninguém lhe tira o mérito, é Goiânia, mas parece que querem ofusca-lo. Mais parece um problema de auto-estima. Aliás, tem sido marca em Goiás homenagear pessoas de fora como o Parque Chico Mendes, parque Ulisses Guimarães, assim omitem nomes de goianos ilustres e permitem que nomes como de Assis Chateaubriand, Castello Branco, sejam perpetuados e falados constantemente. Enquanto isso o nome de Pedro, a imagem dele e de tantos goianos ilustres vão ficando distantes na memória dos goianienses.
Se querem Pedro numa esquina que esta esquina seja destinada ao outro monumento – Pedro É A PEÇA PRINCIPAL DESTA PRAÇA – vamos trocar então.

Há outra solução também, correta e simples, agrada e iniciaria um processo de revitalização da Praça, que é URGENTE.
Existe um estudo muito bom que enobrece a praça. Sugere colocar a estátua na entrada da Avenida Tocantins, com a frente para a Avenida e na entrada da Av. Araguaia colocaria o Monumento das 3 raças, com o coreto formariam um triângulo, como mostra o pequeno desenho.
Esta instalação em nada interferiria na concepção inicial da praça, enriqueceria, tornando-a um lindo e atrativo local público que as pessoas iriam com prazer.
O "Memorial de Goiânia" é um espaço que completaria a homenagem aos pioneiros.
É necessário boa vontade e entender que a PRAÇA de Pedro é do povo também.
Goiânia é rica, tem condições de cuidar melhor do patrimônio da cidade, que esta se perdendo. São Paulo é exemplo de que restaurar e revitalizar é possível.
A maior homenagem que Pedro fez foi construir Goiânia e entrega-la a seu povo. Ele, pessoalmente, trabalhou na construção da praça .
Em 1982, meu pai Clenon de Barros Loyola escutou e anotou, para deixar para os descendentes de Dr. Pedro, fatos narrados pelo Dr. Paulo Fleury da Silva e Souza, quando ele era Secretário do Interventor Pedro Ludovico Teixeira, no início da construção de Goiânia.
Estes fatos são especificamente sobre a construção dos edifícios da Praça Pedro Ludovico Teixeira.
"Como em Goiás não havia mestres de obras e pessoas especializadas em construção civil, esse pessoal era recrutado em São Paulo e fora do Estado. Certo dia um deles quis acertar as contas para regressar a São Paulo. Interpelado pelo Interventor, Dr. Pedro, sobre a razão de sua decisão, disse ele que nenhuma queixa tinha do Governo do Estado ou de seu trabalho em Goiânia, mas ele viera para Goiás pensando em ficar rico, pois aqui se construía uma nova Capital e a oportunidade não lhe faltaria, o que viu, porém, foi o Interventor fiscalizar, ele próprio, o gasto de até lata de gasolina (naquele tempo não havia postos de gasolina), tendo o mestre de obras concluído que não encontraria aqui facilidades para se tornar rico.”
Outro fato relatado por Célio Borges, cunhado de Pedro: as obras eram tocadas com grandes dificuldades, um dia observando as fundações do palácio das Esmeraldas, o carreiro que toca o carro de bois, gritou para o candeeiro (guia do carro de bois): “- Filho, corre lá perto do palácio e pede para me mandar quatro cansilos.” Interessei-me em saber que palácio era este. Segui o menino. A loja era um rancho de pau a pique coberto com folhas de buriti e era realmente perto do “palácio”, a frondosa árvore onde Pedro Ludovico tomava decisões e assinava decretos.
Sobre os edifícios públicos da Praça, relata o próprio Dr. Pedro: “não precisam ser construídos com materiais caros para se impor à admiração geral sob o ponto de vista estético. Os edifícios públicos da futura capital podem perfeitamente corresponder a seus fins, inclusive os de ordem estética, concorrendo, portanto, para aformoseá-la, sem que, entretanto, a sua construção absorva elevadas somas, desde que sejam bem projetados e não haja a preocupação em realizar obra de luxo.”
Somente um lugar pode abrigar a estátua de Pedro – a sua Praça.

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